No âmbito da Educação Especial, falar de literacia implica a possibilidade de revisão e alargamento deste conceito, para que este enquadre o conceito de multiliteracia, de modo que se esbata o fosso entre as competências tradicionais de literacia desenvolvidas em ambiente escolar e aquelas que estão implicadas na experiência de vida, considerando a existência de outras formas de literacia, de carácter funcional e multisensorial, sendo implícito que os indivíduos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) devem saber quando e porque é que necessitam da informação, onde encontrá-la e como usá-la.
Nesta especificidade, entende-se que esta área de intervenção anda de mãos dadas com o conceito de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), considerada a grande porta de entrada para a formação global de alunos com Necessidades Educativas Especiais, no sentido de que cada indivíduo possa compreender e usar a informação escrita contida em vários materiais impressos, de modo a atingir os seus objectivos, a desenvolver os seus próprios conhecimentos e potencialidades e a participar activamente na sociedade. Esta participação social implica uma educação para a Cidadania inclusiva, igualitária e proporcionadora de aprendizagens eficazes. Tal só é possível com a aquisição de uma Autonomia progressiva, só alcançada, quando trabalhada em simultâneo com a Literacia e a Cidadania.
Literacia em Educação Especial pressupõe a capacidade de comunicar e interpretar significados usando a linguagem dos gestos, dos sinais e dos símbolos, dos sons, das imagens, distintos em cada criança/jovem, para percepcionar e converter mensagens em significados, pelo que desenvolver a literacia em Educação Especial é um processo sempre inacabado e individualizado de aprendizagem e participação num mundo onde o domínio da multiliteracia é cada vez mais importante.
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